No último sábado, dia 20, Pietro Fittipaldi voltou a correr em Hickory, onde disputa a Limited Late Model da Nascar All American. Caso você não faça ideia do que isso signifique, basta clicar aqui e ver um post antigo aqui do blog onde eu explico exatamente no que o garoto corre.
Dessa vez, o brasileiro não ganhou a corrida e é justamente por isso que escrevo esse post. Caso ele tivesse triunfado novamente, o mundo inteiro estaria dando essa notícia e, provavelmente, você não estaria lendo aqui em primeira mão. Na realidade, é uma pena que ninguém tenha dado grande destaque ao resultado de Pietro, já que em termos de campeonato foi um p.. desempenho.
Nesta última corrida, o neto de Emerson terminou na segunda colocação, atrás do vencedor, Chris Lewis. A grande vantagem é que Lewis não disputa o campeonato de Hickory, portanto, em termos de tabela de pontos ele pode ser descartado.
Com a segunda posição, Pietro somou 48 pontos e alcançou os 766 no campeonato. Tyler Church, o principal adversário do garoto, foi somente o oitavo colocado na prova e obteve 36 pontos, chegando aos 736. Matt Piercy é o terceiro, com 710. Faltam três corridas para o final da temporada, e 150 pontos estão em jogo. Como cada posição ganha na pista equivale a dois pontos, o brasileiro tem uma boa vantagem para os adversários, mas nada que permita algum vacilo.
Apesar disso, o neto de Emerson tem dois grandes trunfos para conquistar o título. O primeiro é o bom desempenho recente. Nas últimas sete corridas, o piloto chegou entre os três primeiros (ou foi top-2 nas últimas seis), o que significa estar completamente adaptado à categoria, ao carro e à pista de Hickory, além de não permitir aos rivais descontar pontos.
O outro aspecto é que a categoria não tem grid completo. Na última prova, 13 carros participaram da disputa. Ou seja, o último colocado somou 28 pontos, 22 a menos que Pietro. Isso significa que mesmo em caso de abandono em alguma das três corridas restantes, o brasileiro não vai ter um prejuízo tão grande ainda que o grid esteja mais cheio.
Deixando a parte informativa de lado, acho curioso como Pietro Fittipaldi rapidamente se tornou ídolo. Tirando o bem informado leitor do World of Motorsport, muita gente nem sabe onde é que ele corre, ou quantos anos tem. Não é difícil ver quem ache que ele está competindo contra Jimmie Johnson, Tony Stewart, Kyle Busch ou Juan Pablo Montoya.
É curiosa essa carência de ídolos. Do outro lado do mundo, Felipe Nasr passa pela mesma situação. Quando o assunto é o próximo brasileiro na F1, ele é o primeiro nome – e talvez único – que surja. Apesar disso, tem quem ignore o histórico de títulos de Mario Haberfeld, Antonio Pizzonia e Gil de Ferran, que ou passaram longe da categoria máxima, ou não conseguiram se firmar.
Não que eu esteja agourando a carreira de Felipe, pelo contrário. Mas dos últimos dez pilotos que ganharam a F3 Inglesa, apenas quatro chegaram à F1. Daniel Ricciardo e Jaime Alguersuari, pelas mãos da Red Bull, enquanto Takuma Sato por conta da Honda. O outro foi Nelsinho Piquet, que todos sabemos o preço que ele pagou para ficar mais de uma temporada no campeonato. Se Nasr precisa de calma para tentar alcançar a categoria máxima, o que dizer de Pietro Fittipaldi que ainda corre em uma pista que meses atrás sequer era citada no noticiário brasileiro.
Voltando à Nascar, mas agora na divisão principal. A próxima etapa da categoria é em Bristol e terá a vitória de Kyle Busch. Os carros da Hendrick também sempre são fortes nessa pista. Além deles, eu apontaria Carl Edwards e Brad Keselowski como candidatos de peso na briga pela vitória.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário