Leia os mais diversos blogs de automobilismo hoje. Veja todos os elogios feitos a Jenson Button, que renovou contrato com a McLaren. Todos estão certos. Jenson Button mostrou nos últimos anos que é um piloto top, alguém em quem qualquer equipe pode confiar se precisar de um piloto que dispute o título da F1.
Mas volte um pouco no tempo e lembre qual era a avaliação feita sobre Button quando ele foi para a Benetton em 2001, com 20 anos. Quando completou seu terceiro ano na BAR, depois de ir bem em 2004, mas cair com a equipe em 2005. Quando fez 28 anos em 2008 e não conseguiu tirar a Honda da situação vexatória em que se encontrava.
Button chegou à Williams em 2000 cercado de expectativa, depois foi tachado de playboy deslumbrado, reergueu-se em 2004, mas voltou a dar motivo para o “eu disse” dos sabichões no ano seguinte e enquanto esteve na Honda. Quando conquistou o título de 2009 com o impressionante carro da Brawn, eu lembro — e vocês hão de lembrar também — que havia muita gente a questionar se estávamos diante do pior campeão da F1 em todos os tempos.
Tudo o que enumerei foi somente para reiterar algo que vez por outra falo aqui: o torcedor — e muitas vezes o jornalista — de automobilismo se apressa a esculhambar um piloto no início da carreira. Falo por experiência própria: passei a bater nesta tecla depois de, três anos atrás, criticar fortemente o Pastor Maldonado pelas cagadas que fazia na GP2. Bastou um ano e meio para que ele mostrasse que a maturidade havia chegado devagar e que era um piloto pronto para chegar à F1. E hoje lá está o venezuelano, dando muito mais trabalho a Barrichello do que em 2009 fez Nico Hülkenberg, muito incensado por aí, e muito talentoso também.
Se tivesse o sinal da RGT em sua casa, Vettel ouviria no ano passado que era rápido, mas não tinha maturidade para ser campeão da F1. E, antes que se iniciem as críticas ao Galvão, olhem pros comentários do BloGP sempre que se fala de algum piloto em específico. A quantidade de comentários definitivamente negativos sobre pilotos com 22, 24, 26 anos é incontável.
É por isso que às vezes a gente põe o pé no freio ao falar de um piloto que começa muito bem a carreira. Olha o Jules Bianchi aí na GP2 sem corresponder aos holofotes. Olha o Grosjean, que recebeu todos os golpes ao pegar o abacaxi que era aquela Renault de 2009 no lugar do Nelsinho Piquet, e agora ganhou a GP2 com um pé nas costas.
Paciência…
Fonte: www.grandepremio.com.br